domingo, 25 de abril de 2010

Efêmeros, fragmentos

Ela perguntou se eu a amo...
Fitei seus olhos, parados nos meus, por alguns segundos. 
Ao invés da resposta, que antes, positiva, vinha de pronto, desviei o olhar... e pensei. 
Pensei no que sentia e em como deveria responder. Afinal, o que é o amor?
A paixão é fácil reconhecer, pelos seus sintomas... aqueles que conhecemos muito bem.
Mas e o amor? Quais os sinais do amor?
A gente se apaixona, quer e fica junto, bem junto, cada vez mais... E vai ficando, ficando, ficando...
Depois de um tempo as borboletas no estômago já enfraqueceram, as pernas já não bambeiam mais, as novidades se tornam muito escassas, a intimidade abre espaço para alguns desleixos e a rotina se instaura.
Ah, mas ainda temos o amor!
O amor seria, então, o querer bem, com um pouco de tesão, temperado com um ciúme controlado (ou não) e aquela falta que sentimos da pessoa?
Como saber se o ciúme não vem do sentimento de possessão, apenas?
E o tesão da nossa necessidade natural?
E a falta que sentimos da pessoa, simplesmente, do costume, do hábito?
Pior... quando nos sentimos desconfortáveis com isso, com essas questões... como dizer isso sem magoar?
Como conseguir descobrir isso tudo... sozinho? 
O relacionamento não está bem...
Insatisfeito, descontente, incomodado, busco mudanças.
Ou penso que busco...
Nada do que fazemos surte efeito prolongado.
As coisas não funcionam como deveriam.
Qualquer desculpa é motivo. Qualquer motivo é desculpa.
Mas não é fácil desistir, deixar... definitivamente, não é fácil deixar.
Dor.Tudo provoca dor. O que passou, o que existe, o que virá.
Tento analisar as possibilidades, assim e assado. Tento ser racional, em vão ser imparcial.
Nada. Nenhuma certeza.
Não é justo.
Nem pra mim, nem pra você.
O que fazer?
Não fazer nada não é uma opção.
Às vezes parece que tentamos demais e já não temos mais ânimo.
Uma impressão de que podemos mudar, mas uma insatisfação mútua e contínua.
E nada.
Ela não acredita em mim. Pelo menos no que eu digo. Tem certeza de que não sou confiável.
Acredito nela, na sua certeza e clareza a meu respeito...
Eu posso estar sendo injusto. Mas juro estar buscando o melhor, para ambos, da melhor maneira possível.
Em alguns momentos não pareço estar conseguindo... Penso que sim, logo penso que não... depois que talvez.
Talvez a gente logo descubra.
A sensação de tempo e espaço parece confusa nesses tempos.
A ansiedade é uma vilã incansável. Inquieta ela se alimenta de nossos medos, sonhos, dúvidas... Consome tudo, inclusive nós mesmos. Parece mais forte quando estamos sós.
Enquanto isso eu sofro, busco, penso, sinto...
Assim... vivo.

Escrito em algum tempo, algum momento distante.

Um comentário:

Bia. disse...

Vivemos.. ficaremos, seremos. Se é fácil não tem graça ;-)