quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Por Tanto

Por cada instante juntos
Pelas risadas, canções, lugares
Por tudo que nunca esqueceremos
Pelos momentos extremos
Pela paixão, tesão, ternura
Pelas descobertas e desventuras
Pela razão, ou não
Pelos sonhos, planos
Por tudo que nos atrai, detém, mantém
Por nós, laços, abraços
Pelo prazer de compartilhar.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Dúvida

Toda dúvida persegue uma certeza
A certeza que, simplesmente, a aguarda
Resta saber ao que se apega
Se sabe, se muda
Se cala, pensa
Pende ao invisível, intangível até
Se sente
Espera, calma, espera
Talvez, basta
O que faz o tempo?
Senão o mesmo, ao menos, o temos
O que fomos e o que somos 
sentimos, agimos
As palavras que proferimos
A forma como vemos determina 
Molda, deforma
Responde ao que imagina
Essa imagem não é minha, é sua
É sua? Minha?
Onde começa, onde termina?
Assim, agora, aqui 
Este som que ouço não era meu
E aquelas imagens serão eternas
Um momento
Se amou, traiu
Se jurou, desistiu
Se partiu e já não volta
No final já não importa

terça-feira, 14 de setembro de 2010

*Fogo Amigo*



Poderia ser apenas mais um encontro
Um bate papo descontraído entre dois velhos amigos
Ela não dava nenhum indício de que pretendia algo
Ao menos, ele não percebia nada
Alguns copos depois, esticam a conversa até sua casa
Os assuntos variam e invadem a madrugada
O tempo passa quase que imperceptível
Aos poucos parece surgir o desejo
Ela o interrompe sutilmente
É o sinal que ele, embora não admita, aguardou a noite inteira
Sentindo-se mais seguro, arrisca uma investida
Ela hesita,
Como que querendo certificar-se de que ele tem consciência do que está prestes a fazer
Uma falsa sensação de moralidade
“Essa coisa de que vai estragar a amizade é papo furado”
Ambos compartilham do mesmo pensamento
Mesmo assim, algo muda de repente
A forma de olhar, de ver, de ouvir
Quando decidem se entregar aos sentidos e simplesmente sentir
De amigos fraternos a amantes infames
Há pouco divagavam sobre seus respectivos relacionamentos
Agora, entregues á lascívia, saciando sua sede de prazer e luxúria,
Já não importava quem os aguardava
Amaram-se assim,
Íntimos e, às vezes, intimidados
Despediram-se ao amanhecer, ainda sob o efeito da bebida,
O que criava a sensação de que tudo não passava de um doce sonho torpe.